quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Dias de sol, Vida nublada

Ontem meu dia foi intediante.

A escola foi o mesmo saco de sempre. Fui pra casa, almocei, assisti tv, lavei louça, durmi durante a tarde, minha rotina de quase sempre tirando a parte que minha mãe não brigou (detalhe) comigo e fomos fazer compras ontem.

Terminei o dia assistindo meu reality show favorito: IDOLOS. Mas fui durmir com a cabeça numa pilha de pensamentos confusos. Poxa, já eram 00:30 e eu num conseguia durmir pensando num bando de coisas sem eira nem beira.

Acordei hoje 6:30. Os pensamentos não me largavam. Até que eu me distrai e as asneiras que tavam na minha cabeça foram em bora.

Cheguei cedo na escola. A sala tava cheia, mas a professora não havia chegado. Peguei minhas coisas no armário, larguei numa cadeira qualquer e sentei na cadeira do professor. Fiquei olhando pra janela e percebi que tava tudo tão calmo e tranquilo lá fora e aqui dentro da sala tá uma bagunça, uma confusão. Mas reparei que quando estamos do lado de fora achamos tudo maluco e que aqui dentro fica calmo. Os pensamentos voltaram e com eles duvidas e incertesas. Foi ai que eu percebi que a confusão tava em mim...

Fiquei lembrando do garoto daqui da escola que morreu ano passado eletrocutado: Lafran Kadiê. Pensei tambem no meu tio que morreu em abril, na minha amiga que morreu em 2004 e vi o vazio que eles faziam, o buraco que eles deixaram. Sinto falta deles, de todos eles. Até do Lafran, que eu não conhecia, me fez senti um aperto no coração, uma falta. Falta de algo que não volta. Algo que nunca mais teria e percebi a falta que eles me faziam e como minha vida sofreu e sofri até hoje sem eles.

Acabei pensando: "E SE FOSSE EU?". Se tivesse sido eu que tivesse morrido? Será que eu fario pra alguem? Será que chorariam minha morte assim como choraram a dele? Será que na minha escola, por eu ter ter muito amigos, chorariam por mim? Será que fariam "LUTO", homenagens e coisas assim pra mim?

Me senti um zero a esquerda. Um ser insignificante. Isolada, só, sem ninguem, uma coisa jogada a sorte, ao vento , ao vácuo. Sem esperança de vida e de ter alguem que verdadeiramente goste de mim, sem interesse.

O dia estava claro como nunca antes. No céu havia nuvens apenas o sol. Uma única estrela. Solitária assim como eu.

Mas eu e o sol temos uma diferença. O sol tinha brilho, cor, alegria, luz. Eu estava mergulhada numa escuridão profunda. Não conseguia me libertar. O dia estava nublado no meu coração. Dentro de mim era noite de lua nova. O "breu" tomou conta de mim. As dúvidas me atormentavam cada vez mais. Seria eu algo que não mudava nada? Seria eu um lapis que acabar de cais e perdeu sua ponta, sua utilidade? Seria eu um grão de areia, que é varrido pelo vento e jogando ao oceano? Teria eu um valor tão pequeno?

A professora chegou e tive que voltar para o meu lugar.

Esses pensamentos tomaram conta de mim durante quase toda aula.

Passaram-se as horas, as aulas, os professores e meu pensamento era o mesmo.

Fiquei nesse estágio durante quase todo o periodo de aula matutino.

Até que me lembrei de uma música que gosta muito de uma cantora muito famosa (Aline Barros) e comecei a cantá-la. Ela é assim:



"Cubra-me

Cubra-me, abraçe-me
Vem esconder-me em suas asas, oh Senhor
Cubra-me, abraçe-me
Vem esconder-me em suas asas, oh Senhor
Não me deixe ir sem que eu receba da Sua graça, do Seu amor


Se o medo inundar meu coração
Tentando me impedir de avançar e prosseguir
Fazendo-me pensar que é pouco o meu valor
Me lembrarei de tudo o que me prometeu


E é quando mais eu te quero
E é quando mais eu necessito
Ouvir tua doce voz dizendo: "Eu estou aqui" "

Essa musica foi uma luz no fim do tunel. Vi que aquilo que estava pensando não era real. Eu sou importante pra alguem. Eu marquei a vida de alguem, seja com uma palavra, um gesto, sei lá. A musica me mostrou o que eu não conseguia ver. Então Deus falou fortemente no meu coração o seguinte:

"Mesmo que teu pai e tua mãe te abandone, Eu não te abandonarei!!!!"

Meu coração transbordou de alegria. Minha escuridão se transformou em luz. A solidão e a falta de esperança deram lugar para a companhia e a esperença de uma criança, a vida, ao amor e a pensamentos leves e simples.

Ah!!!!!!

Eu só sei que volteia janela onde tudo começou. Vi que o tempo fechara, mas a luz que estava dentro de mim só se radiou como o sol que antes estava só e agora encotrou as nuvens e nelas abrigo, o mesmo aconteceu comigo. Percebi que não estava mais só!